
Dono de frases antológicas como
"ninguém tem paciência comigo" e "não contavam com a minha
astúcia", que marcaram gerações de fãs em toda a América Latina, Roberto
Gómez Bolaños, criador dos seriados "Chaves" e "Chapolin",
morreu nesta sexta-feira (28) aos 85 anos. Bolanõs foi humorista, escritor,
ator, produtor de cinema, televisão e teatro.
A causa da morte, ocorrida às 14h30
(horário do México) em casa em Cancún, não foi confirmada. Em fevereiro deste
ano, quando Roberto Bolaños completou 85 anos, um parente confirmou à agência
de notícias Efe que a saúde dele era “frágil” e que ele permanecia quase o
tempo todo na cama, com acompanhamento 24 horas por dia.
Edgar Vivar, que interpretou o Senhor
Barriga, falou à Televisa: "Estou em estado de choque. Não pensei que me
fosse afetar tanto. Meu telefone não para de tocar. Um abraço compartilhado com
milhões de pessoas do mundo. Vou lembrar dele sempre com sorriso e com ânimo.
Temos que agradecer a Deus. Seu bom humor é a maior lembrança."
"Roberto, você não vai, permanece
em meu coração e em todos os corações de tantos a quem fez feliz. Adeus Chaves
para sempre", disse no Twitter Edgard Vivar.
"O México perdeu um ícone, cujo
trabalho transcendeu gerações e fronteiras", disse o presidente mexicano,
Enrique Peña Nieto.
Trabalho reconhecido no mundo
"Chaves" foi o programa mais
visto da televisão mexicana e foi dublado em 50 idiomas, segundo a Televisa.
Além disso, Bolaños escreveu roteiros de
50 filmes no México e atuou em 11. No Twitter, ele tinha mais 6 milhões de
seguidores.
Trajetória
Roberto Bolaños tirou seu apelido do
dramaturgo William Shakespeare, cujo diminutivo em espanhol era
"Chespirito". Há alguns anos, ele se mudou para Cancún, no México,
junto com a mulher Florinda Meza, a Dona Florinda da série.
Bolaños nasceu na Cidade do México em 21
de fevereiro de 1929. Estudou engenharia, mas nunca exerceu a profissão.
Começou sua carreira profissional na publicidade, onde começou a trabalhar em
roteiros.
Casou-se pela primeira vez com a
escritora Graciela Fernández, com quem teve seis filhos. Só em 2004
oficializaria seu casamento com a atriz Florinda Meza, a Dona Florinda.
Ganhou o apelido de Chesperito do
diretor de cinema Agustín P. Delgado por causa do 1,60 de altura.
Foi só em 1968 que começou sua carreira
de ator, na emissora TIM, em séries como “Los Supergenios de la Mesa Cuadrada”
e “El Ciudadano Gómez”, em espaços de 30 minutos de duração aos sábados.
Foi só na década de 1970 que começaram a
ser exibidos as séries que fizeram de Bolaños um gigante do humor:
"Chespirito", "Chapolin" e "Chaves". A partir de
1973, quase todos os países da América Latina tinha na programação de TV
episídios dos programas.
Chaves era um dos personagens e
segmentos do programa "Chespirito" que começou a ser exibido no
México em 1971. O primeiro capítulo de "El Chavo del Ocho" (como era
conhecido o personagem nos outros países de língua espanhola) foi transmitido
em 20 de junho de 1971.
O sucesso das histórias do menino
sardento de 8 anos que vive dentro de um barril foi tanto que seu programa era
transmitido para quase todos os países da América Latina já em 1973. Chaves foi
dublado para mais de 50 idiomas e transmitido em países distantes do Tailândia,
China, Japão e Grécia.
A série foi produzida originalmente
entre 1971 e 1980, como programa independente, e entre 1980 e 1992 como esquete
do programa de variedades "Chespirito", que Bolaños estrelou na rede
de TV Televisa. No total, foram 290 episódios, contabilizou o ator ao jornal
chileno "La Nación".
A série "Os Simpsons"
homenageou Bolaños com o personagem Pedro Chespirito, que aparece sempre
vestido de abelha e fala frases em espanhol.
Roberto ficou conhecido no México pelo
nome de Chespirito. Mas foram os programas "Chaves" e
"Chapolin", ainda exibidos pelo SBT, que ficaram mais famosos no Brasil.





Fonte: G1/Globo.com
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