O governador Ricardo
Coutinho enfatizou seu posicionamento contrário à privatização da Eletrobras e
da Chesf e cobrou ações voltadas para a defesa do Rio São Francisco durante o
Encontro dos Governadores do Nordeste, realizado nesta sexta-feira (18), no Palácio
do Campo das Princesas, em Recife (PE). Na ocasião, além da privatização de
empresas, também foram discutidos temas relacionados ao pacto federativo, ações
para o Rio São Francisco e a conjuntura política nacional.
Participaram da
reunião, além de Ricardo Coutinho, os governadores Paulo Câmara (Pernambuco)
anfitrião do encontro, Camilo Santana (Ceará), Robinson Faria (Rio Grande do
Norte), Wellington Dias (Piauí), Rui Costa (Bahia). Também esteve presente o
governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, o senador Humberto Costa,
deputados federais e estaduais.
Entre os pleitos
escolhidos pelos governadores como prioridades para a região Nordeste estão: A
rediscussão do Equilíbrio Federativo; Exclusão da Chesf do grupo Eletrobras;
conclusão da Transposição do rio São Francisco; Estruturação do Sistema Único
de Segurança Pública, entre outros.
Para o governador
Ricardo Coutinho, a Eletrobras e a Chesf são patrimônios fundamentais para que
o Brasil seja tratado de forma igualitária. "Por isso temos uma postura
absolutamente contrária à privatização. Não se pode privatizar água, o rio, num
momento em que o Nordeste conseguiu a chegada das águas do São Francisco com a
transposição. A região hoje tem uma outra realidade e a água não pode ser
entregue à iniciativa privada", frisou.
O governador também
recordou que a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) não foi
privatizada pelo Governo do Estado. "Eu já me posicionei contrário à
privatização da água quando decidi não privatizar a Cagepa e tomamos a decisão
correta, porque ela hoje é superavitária. Quando bem administrada a empresa
pública é essencial para a população", disse Ricardo Coutinho. "Não
queremos ver a Eletrobras e a Chesf privatizadas, porque isso não é bom para o
povo", observou o governador.
Ainda segundo Ricardo
Coutinho, os governadores assinaram uma carta expressando a posição contrária e
medidas no campo legislativo e judiciário que serão tomadas para que a
privatização não ocorra. A Carta de Recife, documento elaborado pelos
governadores do Nordeste e de Minas Gerais será encaminhada para a Presidência
da República.
Uma medida provisória
do Governo Federal altera leis relacionadas ao setor elétrico e permite que a
Eletrobras e suas controladas – Furnas, Companhia Hidroelétrica do São
Francisco (Chesf), Eletronorte, Eletrosul e a Companhia de Geração Térmica de Energia
Elétrica (CGTEE), sejam incluídas no Programa Nacional de Desestatização (PND).
A Eletrobras controla
subsidiárias que atuam nas áreas de geração, transmissão e distribuição de
energia elétrica, uma empresa de participações (Eletrobras Eletropar), o Centro
de Pesquisas de Energia Elétrica (Eletrobras Cepel), o maior do ramo no
hemisfério Sul) e ainda detém metade do capital de Itaipu Binacional, em nome
do governo brasileiro.
O chefe do executivo
Estadual paraibano também comentou sobre as dificuldades enfrentadas pelos
estados do Nordeste em contrair financiamentos para investimentos. "Nós
estamos fazendo nossa tarefa de casa, mas não tivemos acesso a financiamentos
e, por isso, muitas obras no Nordeste deixaram de ser concluídas. O país precisa
ter uma distribuição de recursos e concessão de empréstimo mais adequado, além
de ter respeito ao pacto federativo", analisou.
O governador de
Pernambuco, Paulo Câmara, afirmou que a reunião foi relevante para colocar
pontos fundamentais de atenção no âmbito federativo que afligem os
governadores. "Dialogamos sobre o a privatização da Eletrobras e da Chesf,
a respeito da segurança nacional, também sobre questões federativas que estão
nos preocupando, como a forma de repartição dos impostos que estão sendo
repartidos para Estados e municípios da maneira incorreta, no nosso ponto de
vista", falou.
"No momento em
que o mundo briga por água, devido à escassez existente, é um absurdo vender
grandes empresas estatais. Vender a Chesf é como vender o rio São Francisco
para a iniciativa privada e isso não pode acontecer", comentou o
governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria.
PBagora
Nenhum comentário:
Postar um comentário