
Eleito em 2012 com 273 votos, Geraldo
Costa da Silva (PP), 53 anos, mais conhecido como ‘Mãe Shirley’, se tornou a
primeira travesti eleita vereadora na história na Paraíba, pela cidade de
Pilar, a 52 km de João Pessoa. Quase três anos depois, ‘Mãe Shirley’ surpreende
e é eleita presidente da Câmara dos Vereadores local, quase por unanimidade. A
eleição ocorreu no dia 1 de janeiro deste ano. Uma casa legislativa ser
presidida por uma travesti deve ser o primeiro caso no estado e no Brasil.
Durante entrevista ao Portal Correio, a
travesti explicou que houve um acordo entre os partidos PT e PP, que integram a
base aliada do governo municipal. “Houve um consenso entre os partidos e meu
nome foi colocado como favorito. Tive seis votos, contra uma abstenção, e dois
contra”, resumiu.
Shirley tem uma história de superação e
solidariedade na cidade. Integrante do candomblé há 39 anos, ela trabalha desde
a adolescência e tem muitos serviços prestados nas comunidades carentes de
Pilar. Técnica de enfermagem por formação contribuiu para o bom atendido no
único hospital de cidade, o que lhe rendeu o slogan na campanha eleitoral de
“Saúde em primeiro lugar”.
Sobre os novos projetos, a travesti
disse que vai continuar a defender a bandeira de combate a homofobia, melhoria
nos serviços públicos em prol da população. “Vou fazer uma gestão democrática.
Vamos fazer nosso papel de fiscalizar o dinheiro público e lutar e votar projetos
que beneficiem a população. O combate a homofobia e a inclusão do ensino
religioso nas escolas municipais serão alguns dos nossos projetos futuros”,
adiantou ‘Mãe Shirley’.
Apesar dos poucos votos recebidos, a
impressão de quem acompanha Shirley pelas ruas é a de que toda a cidade votou
nela. Discreta, ela sempre chamou a atenção por andar pelas ruas usando roupas
brancas e acessórios femininos. “ Todo mundo me conhece aqui em Pilar.
Crianças, adultos e idosos quando passo acenam e falam: “Oi, mãe Shirley”,
comentou.
Sorridente, Shirley disse que muitos têm
dúvidas sobre como se referir ao falar com ela: travesti, gay, homossexual, ele
ou ela. “Não escolho etiquetas. Todo mundo sabe da minha orientação sexual e
religiosa e não escondo de ninguém. Sou super bem resolvida, quanto a isso. Sou
conhecida como ‘Mãe Shirley’ devido a minha posição no candomblé”, avisou.
Portal Correio
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