terça-feira, 9 de junho de 2015

Cidade de Conde é a 1ª do Brasil a realizar rastreio da doença falciforme em quilombolas

Francimar Veloso - Secretário de Saúde de Conde.

Cerca de 2.400 pessoas serão beneficiadas pela iniciativa única no país.
A Secretaria da Saúde de Conde realiza uma ação de acompanhamento para detectar a doença falciforme na população quilombola. A anemia (ou doença) falciforme prevalece entre a população afrodescendente e, por ser uma doença genética, exige necessidade de cuidado desde o nascimento.
O município de Conde é o único da Paraíba que possui três comunidades quilombolas em seu território. Gurugi, Mituaçu e Ipiranga possuem acompanhamentos de Unidades de Saúde da Família (USF) próprias e, segundo o secretário municipal da Saúde, Francimar Veloso, o atendimento será ampliado para alcançar as 2.400 pessoas destas comunidades.
Atualmente, apenas a comunidade de Gurugi conta com 40 coletas por semana para exames de sangue de eletroforese da hemoglobina (que detecta a doença falciforme), cujas quais são encaminhadas para o Hemocentro. “São exames de alta complexidade e somos o único município do país a realizar esse atendimento em comunidades quilombolas”, acrescenta Veloso.
O secretário deixa claro que há uma diferença entre ter a doença, e ter o traço genético da doença. A presença do “traço” não gera os sintomas da doença, mas filhos de pais com tais traços genéticos podem ter a doença de fato. O formato falciforme (de foice) das hemoglobinas doentes pode causar um acúmulo dessas células em vasos sanguíneos mais finos, causando dores fortes, má irrigação dos membros (principalmente inferiores), úlceras na pele e problemas no pâncreas. Veloso ainda alerta que “é comum acidentes vasculares cerebrais, antes mesmo dos cinco anos de vida e amputação de membros. Portanto, nosso objetivo é rastrear e identificar as pessoas portadoras do Traço Falcêmico ou da doença falciforme para poder fazer o controle e prestar orientação necessária, bem como identificar o percentual da comunidade que possui o traço ou doença".

Além do acompanhamento da doença falciforme, as USFs realizam acompanhamento pré-natal, aplicação de Vitamina A, controle da hipertensão e diabetes e análise da qualidade da água consumida pela população.
A DOENÇA – A anemia falciforme é a doença hereditária mais prevalecente no Brasil. Foi introduzida no país com a migração de escravos africanos, por isso, ocorre predominantemente em afrodescendentes. Na Paraíba, são mais de 300 pessoas com a Anemia Falciforme, segundo informações da Associação de Pessoas Portadoras de Anemia Hereditária (ASPPAH).
Os sintomas da doença são diversificados, como dores ósseas, dores na barriga, infecções repetidas, podendo levar à morte. Crianças e adultos podem apresentar palidez e ter o branco dos olhos amarelado, o que pode ser confundido com hepatite.
O reconhecimento da doença no recém-nascido é feito pelo teste do pezinho, na sua primeira semana de vida. Crianças maiores de quatro meses, jovens e adultos que não fizeram o teste do pezinho podem realizar o exame de sangue para o diagnóstico do problema.

Secom - Conde

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