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Francimar Veloso - Secretário de Saúde de Conde. |
Cerca de 2.400 pessoas serão beneficiadas pela iniciativa
única no país.
A Secretaria da Saúde
de Conde realiza uma ação de acompanhamento para detectar a doença falciforme
na população quilombola. A anemia (ou doença) falciforme prevalece entre a
população afrodescendente e, por ser uma doença genética, exige necessidade de cuidado
desde o nascimento.
O município de Conde
é o único da Paraíba que possui três comunidades quilombolas em seu território.
Gurugi, Mituaçu e Ipiranga possuem acompanhamentos de Unidades de Saúde da
Família (USF) próprias e, segundo o secretário municipal da Saúde, Francimar
Veloso, o atendimento será ampliado para alcançar as 2.400 pessoas destas
comunidades.
Atualmente, apenas a
comunidade de Gurugi conta com 40 coletas por semana para exames de sangue de
eletroforese da hemoglobina (que detecta a doença falciforme), cujas quais são
encaminhadas para o Hemocentro. “São exames de alta complexidade e somos o
único município do país a realizar esse atendimento em comunidades
quilombolas”, acrescenta Veloso.
O secretário deixa
claro que há uma diferença entre ter a doença, e ter o traço genético da
doença. A presença do “traço” não gera os sintomas da doença, mas filhos de
pais com tais traços genéticos podem ter a doença de fato. O formato falciforme
(de foice) das hemoglobinas doentes pode causar um acúmulo dessas células em
vasos sanguíneos mais finos, causando dores fortes, má irrigação dos membros
(principalmente inferiores), úlceras na pele e problemas no pâncreas. Veloso
ainda alerta que “é comum acidentes vasculares cerebrais, antes mesmo dos cinco
anos de vida e amputação de membros. Portanto, nosso objetivo é rastrear e
identificar as pessoas portadoras do Traço Falcêmico ou da doença falciforme
para poder fazer o controle e prestar orientação necessária, bem como
identificar o percentual da comunidade que possui o traço ou doença".
Além do
acompanhamento da doença falciforme, as USFs realizam acompanhamento pré-natal,
aplicação de Vitamina A, controle da hipertensão e diabetes e análise da
qualidade da água consumida pela população.
A DOENÇA – A anemia
falciforme é a doença hereditária mais prevalecente no Brasil. Foi introduzida
no país com a migração de escravos africanos, por isso, ocorre
predominantemente em afrodescendentes. Na Paraíba, são mais de 300 pessoas com
a Anemia Falciforme, segundo informações da Associação de Pessoas Portadoras de
Anemia Hereditária (ASPPAH).
Os sintomas da doença
são diversificados, como dores ósseas, dores na barriga, infecções repetidas,
podendo levar à morte. Crianças e adultos podem apresentar palidez e ter o branco
dos olhos amarelado, o que pode ser confundido com hepatite.
O reconhecimento da
doença no recém-nascido é feito pelo teste do pezinho, na sua primeira semana
de vida. Crianças maiores de quatro meses, jovens e adultos que não fizeram o
teste do pezinho podem realizar o exame de sangue para o diagnóstico do
problema.
Secom - Conde
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