
O presidente do
Senado, Renan Calheiros, assegurou nesta terça-feira que não quer indicar
qualquer nome para cargos no Executivo. Ele fez a comunicação formalmente em
uma carta enviada ao vice-presidente da República, Michel Temer, com quem
trocou declarações exaltadas na semana passada.
"Transmito a
Vossa Excelência - o que já fiz à presidente da República - que qualquer
indicação para cargos do Executivo, atribuídas a mim, deve ser
descartada", disse Renan no texto. A postura sinaliza um afastamento
definitivo entre o peemedebista e o governo.
Na quinta-feira
passada, Renan afirmou que é "ridículo" que a presidente da República
não tenha feito o tradicional pronunciamento de 1º de Maio na televisão e disse
que o PMDB não pode se comportar com um "coordenador de RH", que distribui
cargos. Em seguida, em uma atitude rara, Temer emitiu uma nota em que pede
"respeito institucional" e afirma que "o país precisa de
políticos à altura dos desafios que hão de ser enfrentados". Nesta
segunda-feira, Temer baixou o tom e elogiou o presidente do Senado.
Na carta enviada
nesta terça, o presidente não se retrata, mas dá por encerrado o entrevero com
Temer. "Não pretendo rebater a nota de Vossa Excelência para não promover
escalada retórica incompatível com nossa função institucional", disse ele no
texto.
Renan encerra a carta
com um tom ameno: "Reitero meu desejo de que Vossa Excelência, em um
momento grave do país, desempenhe suas atribuições de coordenador político com
êxito e me ponho à disposição para apoiar iniciativas que engrandeçam a missão que
desempenhamos".
O presidente do
Senado tem entrado em colisão com o governo nas últimas semanas, apesar de ter
chegado ao cargo com o apoio do PT. Uma das razões para o afastamento seria a
perda de prestígio de Renan na indicação de cargos para o Executivo. Sérgio
Machado, indicado por ele, deixou a presidência da Transpetro por causa da
investigação da Lava Jato. Além disso, a presidente Dilma Rousseff retirou do
Ministério do Turismo outro nome de Renan: Vinícius Lage, que abriu espaço para
Henrique Eduardo Alves.
Veja - Por:
Gabriel Castro, de Brasília
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