quinta-feira, 26 de março de 2015

Morre aos 89 anos Jorge Loredo, o Zé Bonitinho


Morreu, aos 89 anos, o ator Jorge Loredo nesta quinta-feira (26/03/15) no Rio de Janeiro. Conhecido como o irresistível Zé Bonitinho, Loredo marcou gerações e fez parte do alto escalão do humor brasileiro. Contemporâneo de Chico Anísio, Grande Otelo e Ronald Golias, o ator exerceu o ofício de advogado antes de ganhar os palcos e as telonas. Relembre a trajetória de Jorge Loredo nas próximas fotos.
Filho de dona de casa e de comerciante, o ator cresceu no subúrbio de Campo Grande, no Rio de Janeiro. Aos 12 anos, ele foi diagnosticado com osteomielite na perna esquerda, provocando dores que foram curadas apenas nos anos 70. Aos 20 anos, pegou tuberculose e foi internado num sanatório. E foi lá que, incentivado por médicos, entrou para um grupo de teatro.
A princípio, Loredo se via como um ator de drama e apresentou seu primeiro monólogo cômico, Como Pedir Uma Moça em Casamento, contra sua vontade. E foi neste dia que descobriu a veia para o humor. Além de ser Zé Bonitinho, o ator teve uma carreira brilhante no cinema, em filmes como Um Caso de Polícia (1959) e Sai Dessa, Recruta (1960). Em O Abismo (1977), trabalhou com o renomado diretor Rogério Sganzerla.
O personagem Zé Bonitinho nasceu nos anos 60, tendo como inspiração o amigo dele Jarbas, a personificação do malandro carioca. "Garotas, cheguei" é uma das frases marcantes do personagem, que estreou na TV no programa Noites Cariocas, extinta TV Rio, com falas roteirizadas por Chico Anysio.
Antes de fazer sucesso como Zé Bonitinho, Jorge Loredo já era conhecido na televisão, com o mendigo filósofo da Praça da Alegria.
Na primeira vez que apresentou Zé Bonitinho ao público, Jorge Loredo acreditava que o personagem era de drama e saiu decepcionado do palco ao ouvir as risadas do público. Chico Anysio questionou a tristeza do amigo e disse que era óbvio que as pessoas iriam rir do irresistível malandro carioca. Aos poucos, Loredo adaptou o estilo escrachado do "perigote das mulheres".
Para algumas pessoas, o personagem era Loredo, apesar de o ator dizer diversas vezes que não tinha nada a ver com ele. Jorge, inclusive, levou diversas cantadas de mulheres obcecadas pelo "perigote das mulheres". Certa vez, uma mulher invadiu o camarim do ator e o chamou para ir à casa dela, com uma condição: que ele estivesse vestido de Zé Bonitinho. A resposta dele? Um sonoro não.
O último trabalho de Loredo nos cinemas foi O Palhaço, com Selton Mello e Moacyr Franco, em 2011.
Além da carreira de ator, Jorge Loredo também se formou advogado e exerceu a profissão por décadas.
Jorge Loredo continuou a fazer sucesso na TV com o personagem Zé Bonitinho, figurinha carimbada do programa A Praça É Nossa, e estava afastado da telinha há quase dois anos.
"O chato não é ser bonito, o chato é ser gostoso", dizia Zé Bonitinho. Deixando um legado desses, se pudesse, a frase de Loredo seria outra: "O chato agora é ser imortal".
Do R7

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