quarta-feira, 22 de abril de 2015

Confundido com ladrão, jovem pode ser processado após ser suspeito de 'roubar o próprio carro'



Daniela Garcia - Do G1 MG
Suspeito de roubar o próprio carro, o universitário Pedro Henrique Afonso, de 24 anos, pode ser processado por desacato a autoridade policial em Belo Horizonte. Ele foi abordado em março, dentro da universidade onde estuda, ao trancar seu carro. Os policiais suspeitaram que ele tentava roubar o veículo, segundo Afonso. Ao reagir, foi detido por desacato. Mesmo sem ser indiciado, o Ministério Público ainda decidirá se ele vai responder a processo criminal.
De acordo com o estudante, ele foi abordado por policiais quando estava fechando o próprio carro, modelo Gol ano 2000, na noite de 30 de março deste ano. Dois oficiais do 22º Batalhão da Polícia Militar, segundo o estudante, questionaram se o jovem estava tentando furtar o carro.
Ao responder que era trabalhador, os policiais com armas em punho, mandaram que ele ficasse contra o carro. “Mão na cabeça, vagabundo. E cala a boca”, relatou Afonso, em texto publicado em uma rede social.
A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil de Minas Gerais (OAB-MG) deve notificar, nesta quarta-feira (22), a Corregedoria da Polícia Militar pela suspeita de abordagem policial discriminatória contra o estudante universitário Pedro Henrique Afonso.
Por ser negro, o jovem diz que foi alvo de suspeita da polícia, no estacionamento da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), no campus do bairro São Pedro, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Ao reagir, ele foi detido por desacato à autoridade policial.
O advogado de Afonso, William Ferreira de Souza, que também é membro da comissão, afirmou que também deve acionar a Secretaria de Defesa Social (Seds), além do Ministério Público. “É um absurdo esse tipo de abordagem. Quem disse que um negro ou pobre não pode ter um carro? E ele nem estava em lugar suspeito, como um ponto de drogas. Estava na faculdade aonde ele estuda”, afirma. Segundo o relato do cliente, a polícia não verificou, primeiramente, se o universitário era proprietário do carro.

Do G1

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