ENTUSIASMADO COM OS ELOGIOS.
Saudado como “prefeito”
por colegas de Câmara, o deputado Tiririca (PR-SP) já se coloca como uma
realidade na disputa eleitoral de São Paulo. A depender do entusiasmo com que
tem sido cumprimentado no plenário da Casa, o sucesso nas urnas obtido nas
eleições de 2010 (1,3 milhão de votos, recorde histórico) já é considerado nos
bastidores. Com direito a slogan adequado
ao caráter popularesco da candidatura, possibilidade lançada nesta semana pelo
PR.
“‘Prefeito do povão’. O slogan é esse mesmo”,
entusiasmou-se Tiririca, depois de ser parado pela deputada Jaqueline Roriz
(PMN-DF) com um tratamento peculiar. “Prefeito!”, disse a parlamentar,
recentemente acusada de receber propina no esquema de corrupção no GDF
desvendado pela Polícia Federal – fato que foi perdoado em plenário pelos pares, em 30 de agosto
passado, em votação secreta sobre pedido de cassação de seu mandato.
Depois do cumprimento, Jaqueline recebeu um
caloroso abraço do extra-oficial candidato Tiririca. Depois de alguns gracejos,
o também humorista da TV Record passou a ser cumprimentado por assessores da
deputada – foi quando um deles citou o slogan confirmado pelo parlamentar do PR
– legenda que agora se porta como independente em relação ao governo Dilma
Rousseff, tendo iniciado a legislatura como membro da base aliada com direito a
ministério – Alfredo Nascimento (PR-AM) deixou a pasta dos Transportes em julho
de 2011, em meio a acusações de corrupção.
Aproveitando a deixa, o Congresso em Foco conversou
por alguns instantes com o deputado Tiririca, que disse não considerar
impossível impor derrota a nomes como José Serra, pré-candidato do PSDB, e
Fernando Haddad, o nome do PT para a corrida eleitoral. Afinal, lembra, recebeu
1,3 milhão de votos em outubro de 2010. Antes de adentrar o cafezinho do
plenário, o parlamentar disse que a decisão não é dele.
“Vamos ver. O povo é que, na verdade, vai
decidir isso. Mas, se acontecer [a indicação dele pelo PR], vamos bater de
frente nisso aí”, disse Tiririca, confessando que a disputa, menos dois anos
depois de ter sido eleito como o deputado mais votado da história, não estava
em seus planos. Afinal, durante a campanha ele mesmo disse que ainda
precisava aprender o que faz um deputado, para então informar aos seus
eleitores. Com uma eventual empreitada para a Prefeitura de São Paulo, Tiririca
ainda teria de aprender o que faz um prefeito, mesmo sem ter tido tempo
suficiente para aprender o ofício parlamentar (“Ainda não tenho o que dizer ao
povo”, admitiu o deputado na semana passada, depois de deixar o plenário).
“Como deputado, eu não queria isso, não. Mas,
se ficar decidido, e o povo quiserem… O povo é que vai dizer”, acrescentou
repetitivo e reticente, dizendo-se também “muito feliz” e prestigiado pela
hipótese da candidatura.
Congresso
em Foco
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