UMA
VERDADEIRA VALORIZAÇÃO PARA A SOCIEDADE.
SÃO PAULO – O procurador da República no
Mato Grosso do Sul, Ramiro Rockenbach, quer que a União construa uma
penitenciária federal só para corruptos. O pedido consta em uma ação civil
pública ajuizada nesta semana na Justiça Federal.
- Haveria um valor simbólico para a
sociedade de saber onde estão presos os corruptos – diz Rockenbach.
Segundo o
procurador, a ação busca dar uma resposta à sociedade brasileira, que estaria
se mobilizando com cada vez mais frequência contra a corrupção.
- São poucos presos pela corrupção que a
gente vê. A Polícia Federal trabalha, o Ministério Público trabalha, o
Judiciário trabalha e só tem 1,4 mil corruptos? Dá a impressão que no fundo, a
corrupção é tolerável e não precisa ser punida .
Segundo Rockenbach, o dinheiro para a
construção do presídio viria do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) que teria
uma verba de R$ 1,8 bilhão contingenciada.
- Não vamos tirar da construção de escolas e
hospitais. O governo federal precisa colocar o combate à corrupção como
prioridade – diz o procurador, ao lembrar que são apenas quatro penitenciárias
federais em todo o país.
Na ação, o procurador defende ainda o
trabalho de uma equipe multidisciplinar para 'reeducar os presos corruptos com
ensinamentos sobre ética, moralidade, honestidade e trato correto com a coisa
pública'.
_Vamos estudar o cérebro do corrupto – diz o
procurador. A ação pede ainda a construção de um museu contra a corrupção e a
formatação de uma galeria de fotos de corruptos condenados.
A ação
solicita que o projeto de construção do Presídio Federal em Mato Grosso do Sul
seja apresentado em 60 dias. A obra é orçada em R$ 12 milhões.
Segundo o Sistema Integrado de Informações
Penitenciárias (Infopen) do Ministério da Justiça, há 1378 pessoas presas no
Brasil por crimes contra a administração pública, o que corresponde a 0,2% do
total de detidos em todas as unidades prisionais brasileiras.
A
maioria delas, 570 detentos, responde ao artigo 333 do Código Penal: oferecer
ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a
praticar, omitir ou retardar ato de ofício.
O Globo
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